Itamar Franco: 13 anos sem o presidente que conduziu o Brasil à estabilidade econômica


Presidente da transição, Itamar abriu caminho para o Plano Real e deixou legado de ética.
Neste 2 de julho, o Brasil relembra os 13 anos da morte de Itamar Franco, ex-presidente da República que teve papel fundamental em um dos momentos mais delicados da história recente do país. Morto em 2011, aos 81 anos, vítima de complicações causadas por uma leucemia, Itamar deixou um legado marcado pela transição política, integridade ética e pelo início da estabilidade econômica do Brasil.
Um presidente inesperado em tempos de crise
Nascido em 28 de junho de 1930 em Salvador (BA), mas criado em Juiz de Fora (MG), Itamar Augusto Cautiero Franco era engenheiro de formação e iniciou sua vida pública como prefeito da cidade mineira, sendo eleito depois senador por diversos mandatos.
Assumiu a Presidência da República em 29 de dezembro de 1992, após o impeachment de Fernando Collor de Mello. À época, ele era vice-presidente, eleito na chapa de Collor em 1989. Sua ascensão ao cargo máximo do Executivo ocorreu em meio a uma profunda crise política, econômica e institucional.
Itamar herdou um país em frangalhos: a inflação anual ultrapassava 1.000%, a confiança nas instituições estava abalada e a população desacreditava dos rumos do governo federal.
O governo da transição e da confiança
Itamar é lembrado como o presidente da transição e da reconstrução da credibilidade institucional. De perfil discreto, avesso à exposição midiática e conhecido por seu temperamento firme e austero, ele escolheu nomes técnicos para seu ministério, focando em recuperar a economia e reorganizar a administração pública.
Sua maior contribuição foi a condução do país rumo ao Plano Real. Foi sob sua gestão que, em 1993, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, iniciou a implantação do plano que culminaria no fim da hiperinflação e na criação da nova moeda, o real, em julho de 1994. O sucesso do plano deu sustentação à candidatura de FHC à Presidência, e este viria a suceder Itamar no ano seguinte.
Figura ética em meio a escândalos
Em um cenário político marcado por escândalos e instabilidade, Itamar Franco foi uma exceção. Sua reputação de homem honesto, nacionalista e independente lhe rendeu respeito até entre adversários. Ele se recusava a usar paletó e gravata em solenidades formais e era conhecido por gestos de simplicidade, como andar pelas ruas de Brasília sem seguranças.
Também ficou famoso por não tolerar corrupção. Não hesitou em demitir ministros e assessores envolvidos em qualquer tipo de suspeita, o que lhe deu fama de rígido e incorruptível.
Pós-presidência: senador e governador
Após deixar a presidência, Itamar seguiu ativo na política. Foi embaixador do Brasil em Portugal e na Organização de Estados Americanos (OEA), voltou ao Senado e, em 1999, foi eleito governador de Minas Gerais. Em 2010, aos 80 anos, foi eleito novamente senador por Minas Gerais, cargo que ocupava quando faleceu.
Legado e homenagem
Itamar Franco faleceu no dia 2 de julho de 2011, em São Paulo, enquanto fazia tratamento no Hospital Albert Einstein. Seu corpo foi velado em Juiz de Fora, cidade que o considerava um filho ilustre, e sepultado com honras de chefe de Estado.
Treze anos após sua morte, Itamar continua sendo reverenciado como uma figura essencial para a consolidação democrática e a estabilidade econômica do país. Seu nome batiza avenidas, instituições de ensino e obras públicas em Minas Gerais e em outras regiões do Brasil.
Analistas políticos e historiadores o descrevem como um "presidente acidental que virou símbolo de seriedade", alguém que, mesmo sem aspirações explícitas ao poder, soube exercer a Presidência com equilíbrio e firmeza num dos momentos mais turbulentos da República.
Neste 2 de julho, diversas autoridades prestaram homenagens ao ex-presidente.
Fonte: Catve.com
Publicada em 02/07/2025