Companhia aérea Voepass não pode mais realizar voos

Certificado foi cassado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

Quase um ano depois do trágico acidente do Voo 2283, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cassa o certificado da Voepass e a companhia não pode mais realizar voos.

A ação vem pra confirmar um acompanhamento assistido que estava sendo realizado pela Anac, para que a empresa pudesse apresentar melhorias e manutenções obrigatórias, mas a companhia aérea não estava executando esse tipo de manutenção.

Então, 10 meses e meio depois da queda da aeronave em Vinhedo (SP), a Anac decidiu tirar de vez a companhia aérea do ar. Com a decisão, a companhia fica impedida de operar voos e a empresa não pode mais recorrer da decisão.

 A advogada da associação dos familiares das vítimas do voo, Bianca Michel Faller, explicou que o pedido de cassação não foi realizado por alguém, mas sim, partiu da operação assistida realizada depois da tragédia. "A partir da operação assistida, constatou que a empresa não tinha mais condições de corrigir as falhas de manutenção que eram sinalizadas, ou seja, eles não tinham mais como garantir a segurança dos voos", disse.

A Anac já havia cassado, em maio, a operação da Voepass em decisão de primeira instância. Na operação assistida, foram verificadas falhas na execução de itens de inspeção obrigatória de manutenção, que não foram detectadas nem corrigidas pelos controles internos da empresa, comprometendo sua capacidade de atuar preventivamente. Em 10 meses, a fiscalização encontrou diversas irregularidades na operação.

Segundo o relator do processo, diretor Luiz Ricardo Nascimento, foram 20 inspeções em sete aeronaves que a empresa deixou de realizar, sendo que mais de 2.600 voos foram feitos em condições irregulares.

Em 9 de agosto de 2024, a queda do avião operado pela empresa, que decolou de Cascavel, deixou 62 mortos, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes, em Vinhedo (SP). Para a Presidente da Associação das Famílias, Fátima Albuquerque, isso não foi um acidente e sim uma tragédia anunciada.

Para os familiares das vítimas, a decisão definitiva da Anac é uma preservação do serviço aéreo no país, garantindo segurança aos usuários.

Fonte: Catve.com

Publicada em 25/06/2025