RIO GRANDE DO SUL SERÁ O 2º MAIOR PRODUTOR DE SOJA DO PAÍS, DIZ APROSOJA-RS
A colheita da soja está na fase inicial no Rio Grande do Sul. Pela primeira vez, o estado rompeu a marca de 6 milhões de hectares plantados com a cultura e segue na perspectiva de colher 20 milhões de toneladas do grão. A Aprosoja-RS acredita até que o estado possa recuperar o posto de segundo maior produtor de soja do Brasil, nesta safra. O produtor Marco Antônio Dalmolin, de Arroio do Tigre, foi um dos primeiros a dar a largada na colheita da soja no estado. Nesta safra, o grão foi plantado em 60 hectares da propriedade. “Estou colhendo a soja precoce, que tem um rendimento de, mais ou menos, 70 sacas por hectare”, afirma. Na região de Soledade, que reúne 39 municípios, foram plantados 450 mil hectares. A soja foi beneficiada com as chuvas de janeiro e fevereiro. Os primeiros talhões colhidos já apresentam produtividade acima da média. “O panorama geral, hoje, é de maturação fisiológica em 50% da área. Ou seja, muito pouco depende das chuvas a partir deste ponto. Os demais 50% da área, irão depender ainda de alguma chuva, pois estão na fase de enchimento de grãos. As lavouras de ciclo superprecoce e precoce estão sendo colhidas com produtividades próximas a 70 sacas por hectare, bem superior à média prevista para a região que é 55 sacas por hectare”, diz extensionista rural da Emater-RS/Ascar, Josemar Parise. Já o produtor Douglas Calegari Bohnert planta uma área bem maior no estado, em torno de 600 hectares de soja, em Entre-Ijuís, na região das Missões. Apesar dessa grande diferença, a perspectiva para a colheita também é muito boa. “Os rendimentos devem variar entre 40 e 90 sacas por hectare. Com isso, aliado à expectativa de preços que temos, promete ser um ano histórico aqui na região”, afirma ele. Manejo salva lavouras Na região da Cotrijal, em Não-me-Toque, no planalto médio do Rio Grande do Sul, as chuvas foram irregulares, mas os produtores que investiram na rotação de culturas estão colhendo mais soja. “Observamos que naquelas áreas onde os produtores trabalham com o sistema de rotação de cultura, usando diferentes plantas de cobertura, agregando bastante palha e, também com a utilização de produtos biológicos, melhorando assim a microbiologia do solo, este impacto da menor distribuição de chuvas foi menor. Consequentemente, esses produtores terão o benefício de colher mais por hectare. Algumas áreas já colhidas aqui na região, de ciclos mais precoces , superaram a casa dos 82 sacas de soja por hectare”, conta o coordenador técnico de difusão da Cotrijal Não-Me-Toque, Alexandre Nowicki. Segundo a Emater-RS, a colheita está na fase inicial. Por lá, 5% da área de 6 milhões de hectares foi colhida e deve ganhar ritmo a partir de agora. “A maior parte das lavouras do estado ainda está em fase vulnerável em relação ao clima. A expectativa era de que as chuvas que ocorreram, tivessem uma abrangência mais ampla. Mas alguns pontos no estado ficaram com essa dificuldade”, diz o diretor técnico da Emater-RS/Ascar, Alencar Paulo Rugeri. De volta ao 2º lugar No mais recente levantamento da safra de grãos para o ciclo 2020/2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é que o Rio Grande do Sul colha 20,066 milhões de toneladas de soja, crescimento de 75,4% em relação à safra passada (quando o estado teve forte quebra, devido a falta de chuva. Ainda assim, o estado ficaria em 3º entre os maiores produtores do grão do país, atrás do Paraná, que pode colher 20,231 milhões de toneladas. Entretanto, o presidente da Aprosoja do estado está um pouco mais confiante no resultado positivo e pede atenção dos produtores para evitar problemas na colheita, por causa da pandemia de covid-19. “Nós estamos na expectativa de colher a maior safra de soja da história do estado. Esse ano, vamos recuperar a 2ª posição na produção do Brasil. Por isso, façam o uso de um protocolo (contra a covid-19) indicado pelo seu médico, para que não tenhamos problema de pandemia, durante a nossa safra. Nosso pessoal é limitado, não temos muitas reservas para atuar nas lavouras, precisamos primar pela saúde dos nossos funcionários”, afirma Décio Teixeira. Já a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) comemora a safra de soja deste ano, mas recomenda que os produtores fiquem atentos aos custos de produção. “A perspectiva é muito boa e que possamos comercializá-la a preços justos, nestes patamares de hoje, muito superiores aos que nós vendemos no ano passado. Só colhemos para cumprir contratos. Nos preocupa o que está acontecendo nos custos de produção, com a inflação que vai fechar em 6,45%, ou seja, só em fevereiro. Se juntar três, quatro, cinco meses, vamos a dois dígitos de aumento da inflação. A taxa de crescimento da inflação dos custos é maior que a dos preços, ou seja, estamos perdendo margem, mesmo com os preços aumentando, isso é perigoso”, diz o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.
FONTE:"CANAL RURAL"
Publicada em 21/11/2024