NOVA FERROVIA PROMETE LIGAR CASCAVEL (PR) A CHAPECÓ (SC).
O Ministério da Infraestrutura confirmou que a Ferroeste solicitou autorização para construir uma nova linha férrea ligando Cascavel (PR) a Chapecó (SC). O trecho seria de de 286 quilômetros e um investimento de R$ 6 bilhões, totalmente da iniciativa privada. O projeto prevê 286 km de trilhos e aproximadamente R$ 6 bilhões de investimentos privados. Na semana passada, a empresa já tinha apresentado requerimentos para construção de linhas entre Maracaju (MS) e Dourados (MS), de 76 km, entre Guarapuava (PR) e Paranaguá (PR), com 405 km; e de Cascavel (PR) até Foz do Iguaçu (PR), com 166 km. As regiões Oeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina são grandes produtoras de aves e suínos, respectivamente, e a ferrovia é uma reivindicação antiga dos setores. A estrutura facilitaria, entre outras coisas, a importação de milho do Centro-Oeste para a ração animal, barateando os custos em até 30% em relação às rodovias. A construção do trecho integra o recém lançado Programa de Autorizações Ferroviárias, o Pro Trilhos, instituído pela Medida Provisória nº 1.065/21 para tornar mais atrativo o investimento em ferrovias. O programa tem regras mais flexíveis em comparação à concessão, seguindo modelo já adotado nos setores das telecomunicações, energia elétrica, portuário e aeroportuário. Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e o segundo maior de carne de frango, mas pela limitação territorial consegue produzir apenas 40% do milho demandado para a alimentação animal. Os 60% restantes, cerca de 5 milhões de toneladas por ano, têm que vir do Centro-Oeste brasileiro. Apesar de Santa Catarina ser o principal atendido, o ramal ferroviário vai beneficiar também Paraná porque vai passar pelo Sudoeste, região cujo volume de produção por si só não justificaria uma ferrovia. “A estrada vai atender Chapecó, mas vai ao mesmo tempo beneficiar o Paraná que também tem uma avicultura e uma suinocultura fortes”, destaca Irineo da Costa Rodriges, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo falou sobre a iniciativa. “A expectativa é de que o novo modelo acelere as ferrovias, solucionando um gargalo logístico histórico de Santa Catarina, que é a dificuldade para trazer grãos da região Centro-Oeste do país para nutrição animal". Foram solicitadas autorizações para outros dois trechos no Paraná: Guarapuava a Paranaguá, com 405,2 quilômetros e investimento de R$ 12 bilhões; e Cascavel a Foz do Iguaçu, com 166 quilômetros e investimento de R$ 3,5 bilhões no empreendimento. A Ferroeste informou que ainda não definiu a modelagem jurídica desses trechos e disse que aguarda o parecer definitivo do Ministério da Infraestrutura sobre as autorizações. Em relação à Nova Ferroeste, o traçado vai ter no total 1.285 quilômetros ligando Maracaju (MS) ao porto de Paranaguá (PR), com ramais ferroviários até Foz do Iguaçu (PR) e Chapecó (SC). A previsão é ser construída entre 2022 e 2029.
FONTE:"Agrolink."
Publicada em 21/11/2024