RAPHAEL SUSS É CONDENADO A 32 ANOS DE PRISÃO POR MATAR RENATA MUGGIATI
Foram dois dias de júri e 10 testemunhas foram ouvidas.
Foram 8 anos de espera. O que inicialmente deveria parecer um caso de suicídio, terminou com uma expressiva pena por feminicídio. Raphael Suss Marques foi condenado, na madrugada desta sexta-feira (10), a mais de 32 anos de prisão pela morte da fisiculturista Renata Muggiati. O julgamento se estendeu por dois dias e foi encerrado por volta das 01h30, no Tribunal do Júri de Curitiba.
Raphael Suss Marques foi julgado por homicídio quadruplamente qualificado: motivo torpe, emprego de asfixia, recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima e feminicídio.
Ao todo foram dois dias de júri, 10 testemunhas foram ouvidas. Outras 5 foram dispensadas com a concordância de Ministério Público e defesa.
Raphael foi o último a falar, antes dos debates entre os advogados. O depoimento começou por volta das 17h30 do segundo dia de julgamento.
O réu afirmou que nunca bateu em Renata. Questionado sobre as lesões corporais que estão nos autos, ele disse que um presente na orelha se tratava de um quadro de otite externa, "que tratou com antibiótico".
O Conselho de Sentença foi formado por 5 mulheres e 2 homens. Eles se reuniram por volta de 00h45 para votarem e decidirem se condenavam ou não o réu.
Pena de Raphael Suss Marques
Como Raphael está preso desde fevereiro de 2019, por quebra de medidas cautelares, ele inicia o cumprimento de pena em regime fechado. Foi fixado 3 anos para cada agravante.
Quanto ao crime de fraude processual, a condenação foi fixada em 11 meses e 30 dias, em regime aberto. Também recebeu pena de 5 meses por lesão corporal qualificada.
A soma da pena dos dois crimes não altera o regime mais grave, já fixado com pena de reclusão. 31 anos de reclusão em regime inicial fechado quanto ao homicídio, 16 meses de detenção em regime aberto pela fraude e lesão.
Raphael está preso há mais de três anos e meio, sem contar o tempo que ficou monitorado. A possível diminuição do período preso em regime fechado, até mesmo por Raphael estar trabalhando no CMP (Complexo Médico Penal), onde está preso, será aplicada futuramente pelo juízo.
O advogado de Raphael Suss Marques, Edson Abdala, não se manifestou sobre a decisão do júri.
Acusação
De acordo com o MPPR (Ministério Público do Paraná), a vítima morreu graças a um golpe ‘mata-leão’, seguido por asfixia. Na sequência, o réu teria arremessado o corpo da então namorada do 31° andar com objetivo de adulterar a cena do crime.
O MPPR descreve que Renata conheceu Raphael Suss Marques em 2014 e começou a namorar com o médico. Pouco tempo depois, afirma o MP (Ministério Público), o réu pelo assassinato da fisiculturista passou a controlar a mulher "em vários aspectos".
Ambos se mudaram para um apartamento localizado na rua Comendador Araújo. Suss teria, a partir de então, proibido Renata de ter contato com amigos, familiares, patrocinadores e de frequentar as aulas com seu personal trainer.
Suss também passou a receitar medicamentos psiquiátricos para a namorada, além de agredi-la física e psicologicamente, disse o MP.
No dia do crime, "Raphael registrou duas fotografias de Renata sentada no parapeito da janela do apartamento", cita o MP. Poucos minutos depois, ele teria surpreendido a vítima com um mata-leão e, em seguida, a asfixiado até a morte.
Durante a queda do corpo da fisiculturista, o médico teria gritado na tentativa de imitar uma tonalidade feminina para simular que a mulher havia se atirado do 31º andar voluntariamente.
Às 2h47 da madrugada de 12 de setembro de 2015, Raphael acionou a Polícia Militar e informou a morte de Renata.
Banda B
Publicada em 21/11/2024