Viagem é a primeira do presidente para fora do país no ano, em um gesto para mostrar interesse do Brasil na relação com economias emergentes. Na Etiópia, Lula vai participar da Cúpula da União Africana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem viagem nesta semana para o Egito e a Etiópia, dois novos integrantes do Brics, grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo.
O giro de Lula pela África é parte da estratégia do presidente de diversificar os parceiros do Brasil nas relações exteriores. Lula também busca fortalecer alianças com países em desenvolvimento, investindo na chamada diplomacia sul-sul (em referência ao sul global).
Neste ano, o presidente ainda não fez viagem internacional. Começar pela África demonstra a importância que ele quer dar ao continente. No Egito, os destaques da agenda de Lula serão reuniões bilaterais com o presidente do país, Abdul Fatah Khalil Al- Sisi,. Também está prevista uma visita do presidente à Liga dos Estados Árabes Na Etiópia, Lula vai participar, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.
Relações comerciais e guerra
Lula chega ao Cairo, capital do Egito, na terça-feira (14). As reuniões com o presidente Abdul Fatah Khalil Al- Sisi estão marcadas para o dia seguinte, quarta (15). De acordo com o Palácio do Itamaraty, o Brasil estreitou laços com o Egito durante as negociações para retirar brasileiros da região do conflito da Faixa de Gaza.
A saída passava necessariamente pelo território egípcio. O governo quer aproveitar o canal diplomático aberto para intensificar o diálogo com o país africano. “O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirmou o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, durante apresentação para jornalistas sobre a viagem de Lula.
A guerra entre Israel e o Hama será um dos tópicos de conversa do presidente Lula com Al-Sisi. Mas o Brasil também quer falar de relações comerciais. O Egito é visto como parceiro estratégico na África. “É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”, afirmou o embaixador. O governo brasileiro espera que o Egito aprove nos próximos meses novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Em 2023, o país africano diversificou as compras do Brasil e passou a importar peixes e derivados, carne de aves, algodão, gelatina e colágeno.