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Começa o julgamento dos acusados de matar o jogador Daniel Corrêa



Com quatro testemunhas sigilosas sendo ouvidas, começou nesta segunda-feira (18) o júri popular dos sete envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, então com 24 anos. O julgamento acontece no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, mesma cidade em que o crime aconteceu. Mais de 40 testemunhas serão ouvidas.


No começo dos trabalhos, na manhã desta segunda-feira (18), ficou definido que o júri será composto por quatro homens e três mulheres. Durante os depoimentos das testemunhas sigilosas, o Fórum permanece fechado para a imprensa e população. Ainda no decorrer do dia de hoje, a presença de público será possível no transcorrer do julgamento.


Daniel foi encontrado morto em 27 de outubro de 2018. O ex-jogador do Coritiba teve o pescoço degolado e o órgão genital cortado, segundo as investigações da Polícia Cívil. O jogador foi morto pelo empresário Edison Luiz Brites, que confessou o crime. Daniel tinha participado da festa da filha de 18 anos da filha dele, Alana Brittes, e depois foi para um 'after', na casa da família da jovem. Lá, ele foi flagrado no quarto da esposa do empresário, Cristiana Brittes, o que acabou iniciando as agressões contra o atleta.



O advogado que representa a família de Daniel, Nilton Ribeiro, afirmou que o que se busca é Justiça por um jovem que foi brutalmente assassinado. "Justiça por um jovem prematuramente morto. As provas são robustas, a morte foi cruel e covarde. Querem que a gente esqueça a dor que Daniel sentiu. Quem mais sentia quando Daniel era cortado, era a mãe dele", afirmou.


Ainda, o advogado refutou a tese da defesa de que Brittes agiu com forte emoção após uma possível importunação sexual de Daniel a Cristiana. "Todos sabem quem importonou quem. As imagens da Shed dela querendo beijar todo mundo mostram isso. O Brasil sabe o que aconteceu. Eu espero que todos sejam condenados e paguem a pena", disse.


Já o advogado Elias Mattar Assad, que defende Edison Brittes, afirmou que a intenção será mostrar que o cliente não agiu, mas reagiu após uma possível importunação sexual à esposa. "Onde tem seres humanos, tem problemas. As pessoas agem, reagem e termina ás vezes de forma trágica. O Edson não agiu, mas reagiu. A tese da defesa depende de como transcorrerem os debates. Temos esperança que o júri compreenda reações humanas. É o que aconteceu. Esperança no senso de Justiça da sociedade de São José dos Pinhais", afirmou.



Além dos Brittes e Allana, outras quatro pessoas estão no banco dos réus. Saiba por qual crime cada um será julgado:



  • Edison Brittes Júnior: responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver, corrupção de menor e coação no curso do processo;

  • Cristiana Rodrigues Brittes: responder por homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo;

  • Allana Emilly Brittes: Coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor

  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver e corrupção de menor;

  • Ygor King: responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;

  • David Willian Vollero Silva: responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;

  • Evellyn Brisola Perusso: responde por fraude processual.


O crime


Daniel foi agredido na casa dos Brittes, colocado no porta-malas de um carro e levado até a zona rural de São José dos Pinhais, onde foi degolado e teve o órgão genital cortado. Brittes confessou o crime e alegou forte emoção, por ter encontrado Daniel no quarto da esposa.


Antes de ser agredido, o jogador enviou uma foto deitado ao lado de Cristiana para um amigo. Segundo a Polícia Civil, não foi configurado que houve estupro por parte do jogador. Os envolvidos no crime, dois dias após o assassinato, se reuniram em um shopping em São José dos Pinhais para coagir testemunhas.


Atualmente, permanecem presos Eduardo Henrique, que em 2019 conseguiu liberdade provisória, mas foi detido em flagrante por roubo, e Edison Brittes Junior, que está preso desde a época do assassinato.


Fonte: Catve.com


Publicada em 21/11/2024