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Mega operação mira organização acusada de desviar mais de R$ 700 milhões no Brasil



Criminosos importavam produtos dos Estados Unidos e China; mandados são cumpridos no PR, SC, SP e RJ


 



Integrantes de uma organização criminosa acusada de desviar mais de R$ 700 milhões de reais foram alvo de uma megaoperação desencadeada por agentes da Receita Federal e da Polícia Federal nesta quinta-feira (6).


A operação contou com a participação de aproximadamente 34 auditores-fiscais da Receita Federal e 220 policiais federais. Os agentes de segurança cumpriram, ao todo, 53 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.


A ‘Operação Anemia’ investiga a organização criminosa, dividida em sete núcleos, responsável pela importação ilegal de grandes quantidades de mercadorias de origem estrangeira sem obedecer os devidos procedimentos legais. (Veja logo abaixo como a organização criminosa atuava e como era dividida).


Os criminosos agiam em parceria com uma rede de colaboradores de agentes públicos ativos e inativos para consecução da atividade criminosa. O grupo seria responsável pela introdução de produtos no Brasil de forma ilegal a partir do Paraguai para atender clientes de cidades com grandes comércios populares e lojas de produtos eletrônicos importados ilegalemnete.


Os itens ilícitos eram enviados para São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. Ao longo das investigações foram encontrados indícios de práticas de atividades ilícitas e lavagem de dinheiro.


Contas bancárias relacionadas aos investigados acolheram valores originados de pessoas com registros de antecedentes criminais com incidência na prática de crimes de contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro.


Os indícios identificados pelos investigadores motivaram a Justiça expedir mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados a fim da comprovação e coleta de novos elementos comprobatórios dos crimes representados.


Como agiam os criminosos divididos em sete frentes?


Os criminosos dividiram as operações em sete frentes, que atuavam de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas: (1) núcleo de gestão; (2) núcleo de logística; (3) núcleo dos financiadores; (4) núcleo dos contadores; (5) núcleo dos doleiros/operadores financeiros; (6) núcleo dos compradores; e (7) núcleo dos laranjas.


Os investigados adquiriam produtos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong, de modo que as cidades paraguaias da região da fronteira passaram a servir apenas como entreposto físico das mercadorias, recebidas por meio de serviços de encomenda postal internacional.



Para operacionalizar os pagamentos aos fornecedores localizados nesses países, a organização teria estruturado uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior (offshore) que, mediante utilização de criptomoedas, efetivariam a evasão de divisas e a lavagem do dinheiro. Apenas em uma das empresas, que foi constituída em nome de uma funcionária, aproximadamente R$ 700 milhões foram movimentados sem o correspondente faturamento declarado.


A organização contava com financiadores, muitos deles servidores públicos, que investiram recursos e depois dividiam os lucros das atividades criminosas e com contadores e operadores financeiros, que agem para dar aparência lícita e fluxo financeiro aos negócios realizados.


Utilizando empresas de fachada, sem capacidade operacional aparente e com fluxos contábeis simulados, os criminosos registraram receitas fictícias, sem amparo em documentos de vendas ou de serviços, para dar lastro à distribuição de lucros aos sócios e dissimular a origem ilícita dos recursos.


As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.


Redação Catve.com/Assessoria


Publicada em 21/11/2024