Consumo doméstico mais forte pode estimular procura pelo boi gordo.
Nos primeiros dias de julho/24, o mercado físico do boi gordo ficou mais firme em São Paulo, reforçando o sentimento de que o fundo do poço desta “safra” teria se estabelecido nos R$ 215,30/@ (indicador Cepea/SP), atingido no dia 7/6/24, relata a Agrifatto.
“Os negócios estão fluindo normalmente em um ritmo de manutenção das programações da indústria em 10 dias”, afirma a consultoria.
Segundo a Agrifatto, os frigoríficos estão evitando formar grandes estoques nas câmaras frias devido à lentidão do escoamento no mercado interno.
“Neste período do ano de transição entre a “safra” para a “entressafra” se torna propício a indústria ajustar a produção”, justifica a consultoria.
A conjuntura para o segundo semestre se mostra favorável aos pecuaristas, acreditam os analistas.
“A taxa de desemprego atual não é considerada um entrave para economia brasileira, além do mais o endividamento das famílias ficou estável no último mês”, afirma a consultoria, sugerindo que o maior poder aquisitivo da população pode estimular o consumo interno de carne bovina e ajudar na recuperação dos preços do boi gordo.
O percentual de brasileiros endividados em junho de 2024 permaneceu em 78,8%, o mesmo registrado em maio/24.
“A manutenção do indicador, após três meses seguidos de alta, revela que as famílias estão mais preocupadas com as contas e estão em aproveitando o momento econômico para consumir sem se endividar”, observa a Agrifatto.
O segundo semestre é caracterizado por aumentos na geração de empregos temporários, recebimento de décimo terceiro salários e bonificações, reforçam os analistas.
Nesse cenário, ressalta a Agrifatto, o preço da carne bovina encontrado em patamares acessíveis e competitivos (em relação às demais proteínas) deixa um campo aberto para uma melhora do consumo no mercado interno.
Além disso, é preciso destacar a forte valorização do dólar sobre o real.
“A moeda norte-americana vem se fortalecendo no mundo e ganhando terreno até mesmo em comparação com moedas mais estáveis, como o euro”, dizem os analistas da Agrifatto.
Porém, continua a consultoria, um dólar mais forte funciona como uma faca de dois gumes. Os relatórios contábeis das exportações melhoram com um real mais fraco ao se fazer a conversão das receitas.
Em contrapartida, diz a Agrifatto, os preços dos combustíveis são atrelados ao dólar e a moeda fortalecida por muito tempo encarece a logística de distribuição da carne no mercado interno, fazendo com que as cotações sejam reajustadas na ponta final para o consumidor.
Exportações
O volume de carne exportada de carne bovina brasileira no primeiro semestre de 2024 foi excepcional, aponta a Agrifatto.
Foram embarcadas 1,13 milhão de toneladas de carne in natura, volume 29,1% acima do que foi exportado no primeiro semestre de 2023, relembra a Agrifatto, citando dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Historicamente, os números de exportação do segundo semestre são melhores”, dizem os analistas da consultoria.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última sexta-feira (5/7):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$212,00. Escalas de abates de doze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$217,00 a arroba. O “boi China”, R$217,00. Média de R$217,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$206,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$208,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de onze dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$208,00. Média de R$204,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$ 208,00. Média de R$204,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de catorze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dia;
Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$165,00. Novilha a R$170,00. Escalas de abate de catorze dias;
Maranhão — O boi vale R$195,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de sete dia.
Fonte: Mercado Pecuário
Publicada em 21/11/2024