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Adolescente tem punho quebrado após ser agredida por aluna na saída de colégio em Curitiba; veja vídeo



Mãe da jovem relatou que a adolescente tem dextrocardia e somente um dos pulmões: 'Eu poderia estar enterrando minha filha'; polícia investiga.


Uma estudante, de 13 anos, teve o punho direito fraturado após ser agredida por uma colega, na última terça-feira (27), em frente ao Colégio Estadual Lúcia Bastos, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba (PR). O caso é investigado pela Polícia Civil, e a vítima será submetida a um exame de corpo de delito na próxima segunda-feira (2).


Mãe da adolescente agredida, Célia Costa afirmou que outros estudantes da instituição filmaram a ação e divulgaram nas redes sociais. No vídeo, a agressora aguarda a chegada da vítima, que atravessa a rua e é surpreendida com socos e tapas. Em seguida, a garota é arremessada contra o chão e a autora sobe em cima dela para continuar com as agressões.



A jovem tenta defender o rosto dos socos mas é somente depois de alguns segundos que retiram a agressora de cima dela. Na gravação, é possível ouvi-la falar: ‘Ai, ai, ai’. A Banda B apurou que o vídeo foi divulgado também em um perfil no Instagram: @lucia.fofocas, em referência à escola onde ambas estudam. Três dias após o ocorrido, a conta já não está mais disponível na plataforma.


“Eu poderia estar enterrando minha filha. Essa menina já bateu em outras. Como vou mandar minha filha para a escola?”


-Célia Costa, mãe da adolescente agredida.


A mãe da vítima relatou à reportagem que soube do ocorrido somente no dia seguinte, após uma pedagoga da instituição ligar para ela. A filha não estava em casa naquele momento, pois seu pai a levava para o hospital.


“O pai teve que levar ela para o hospital. Ela estava com muita dor. No caminho, a pedagoga me ligou e disse: ‘Mãe, você ficou sabendo? A [nome da estudante] não veio para a escola e estamos muito preocupados porque sabemos que ela é uma criança doente e ontem ela apanhou'”, disse Célia Costa nesta sexta-feira (30).


Segundo ela, a filha estava se recuperando de uma fratura no punho direito e retiraria a tala de imobilização no dia em que foi agredida. Durante a consulta médica, porém, a família soube que o episódio violento fez com que ela tivesse o punho fraturado novamente. As agressões também deixaram escoriações no corpo da garota.



“Minha filha é uma criança doente, que tem acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Ela já se automutilou, não tem um dos pulmões. Nós temos um zelo por ela. Ela é dextrocardia e está passando por uma fase muito ruim. Estamos levando ela no médico todos os dias.”


Dextrocardia é uma condição em que o coração está localizado no lado direito do tórax, ao invés do lado esquerdo. “O médico disse que ela poderia ter morrido porque a menina sentou em cima do coração dela, onde está alojado”, revelou a mãe, que destacou que a filha é alvo constante de bullying.


De acordo com a mãe, os pais da agressora chegaram a ser comunicados pela escola sobre o caso e foram convidados a comparecer na instituição, mas até o momento o encontro não ocorreu. A estudante acusada de agredir a colega segue frequentando as aulas normalmente, segundo Célia.


“Tem noção de como vai ficar a mente de uma criança dessa? A escola não fez nada! Os pais dela foram intimados anteontem a comparecer na escola, mas ligaram desmarcando e só vão lá na segunda-feira”, protestou a mulher.


O que diz a Secretaria da Educação?


Em nota, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed) afirmou à Banda B que o episódio “aconteceu fora dos portões do colégio”, sem o monitoramento dos pedagogos da instituição. Segundo o órgão, a Patrulha Escolar foi acionada, e o boletim de ocorrência, registrado.


A pasta também informou que os pais das envolvidas foram orientadas a procurar a Delegacia do Adolescente e o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber). A Seed destacou, contudo, que “não possui competência para adotar medidas coercitivas ou aplicar penalidades criminais”. Leia a nota na íntegra abaixo:


“Foi uma briga de alunas que aconteceu na terça-feira, em torno do meio dia, já no horário de saída da escola. O fato aconteceu fora dos portões do colégio, longe do monitoramento do corpo pedagógico. Notificada da situação, a direção acionou o batalhão de patrulha escolar comunitário (Bpec) que lavrou boletim de ocorrência após oitiva das famílias e da direção. As famílias também foram orientadas a procurar a Delegacia do Adolescente e o núcleo de combate aos cibercrimes, da polícia civil, por conta da divulgação das imagens da briga.


A direção da escola implante ações pedagógicas contínuas de combate á violência. Referente a este fato, a diretoria registrou ata com o descritivo dos detalhes da situação e procederá com as medidas pedagógicas necessárias à manutenção da segurança dos alunos.


A Seed-PR esclarece que não possui competência para adotar medidas coercitivas ou aplicar penalidades criminais, restringindo-se sua atuação à prestação de orientações de caráter pedagógico e aplicação de medidas disciplinares educativas. Questões legais e penais decorrentes de situações como a ocorrida são de responsabilidade das autoridades policiais, que possuem a competência para conduzir as investigações e aplicar as sanções cabíveis dentro do âmbito legal.”


Fonte: Banda B 


Publicada em 21/11/2024