A funcionária — uma das seis pessoas presas por envolvimento no crime — atuava como gerente financeira na empresa do empresário, de 58 anos, e também teria planejado a morte do auditor, segundo o advogado Jeffrey Chiquini.
“Tudo se inicia quando o empresário contrata uma auditoria porque estava sendo vítima de desvios bancários há mais de três anos. Tentaram matar o auditor porque ele estava chegando aos criminosos. Em seguida, um novo auditor foi contratado. Os sequestradores, quando o empresário estava dentro do carro com uma arma no seu pescoço, disseram: ‘Você vai morrer porque contratou um auditor'”, afirmou o advogado do empresário.
A tentativa de homicídio contra o auditor aconteceu em junho deste ano, cerca de três meses antes do sequestro do empresário. Ele foi atingido por pelo menos dois tiros no momento em que chegou na empresa, na manhã de um sábado, em uma motocicleta. Ele foi contratado para atuar como diretor administrativo na empresa em março deste ano.
O crime registrado no Jardim Botânico, mesmo bairro onde houve o sequestro, foi flagrado por uma câmera de segurança, como mostrou a Banda B à época. As imagens mostram o criminoso abordando o auditor e atirando poucos segundos depois. O caso era tratado como uma tentativa de assalto até então.
A vítima foi socorrida ao Hospital do Trabalhador e se recuperou bem. Pouco tempo depois, um novo auditor teria sido contratado pelo empresário, e a funcionária apontada como mentora do sequestro decidiu prosseguir com o plano.
“Visando colocar um fim em tudo isso, eles armam o sequestro do empresário para que transferissem o valor que tinha na sua conta bancária. A finalidade era matá-lo. Os sequestradores tinham em mãos um extrato bancário que a gerente financeira passou a eles”, acrescentou Jeffrey Chiquini.
A gerente financeira também teria sido a responsável por avisar aos sequestradores o momento em que a vítima havia deixado a empresa em direção à sua casa. Minutos após ela supostamente comunicar a saída do empresário, os suspeitos provocam um acidente de trânsito intencionalmente e o sequestram (assista abaixo).
O advogado diz suspeitar ainda que uma outra funcionária — representante comercial da empresa — emprestou dinheiro da vítima para “financiar” o sequestro dele. “O empresário havia feito um empréstimo a ela por pena meses antes do sequestro. Ela disse que precisava quitar uma financiamento. Provavelmente, ele caiu em uma arapuca [armada por ela] para que fosse financiado seu próprio sequestro”, afirmou Chiquini.
Em meio ao sequestro, como mostrou a Banda B, os criminosos tentaram transferir R$ 3,7 milhões da conta do empresário, mas não conseguiram. A gerente financeira da empresa pediu demissão na última sexta-feira (20), dois dias após a vítima ser resgatada pela polícia em Santa Catarina. Ela foi solta após audiência de custódia no último final de semana.
Um dos carros usados no sequestro estaria registrado no nome dela, segundo o advogado do empresário: “Sabemos exatamente quem são os personagens. Há outros quatro colaboradores sendo investigados.”
O objetivo dos acusados, diz o advogado, era transferir R$ 9 milhões das contas do empresário.
Fonte: Banda B