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Família pioneira guarda livro que conta parte da história de Cascavel



Dono do material fez parte de grupo que evitou que a cidade virasse distrito de Toledo.


O termo "biblioteca" apareceu pela primeira vez na Grécia, com o significado de "Cofre do Livro", e por extensão, domina o local onde os livros são conservados. Em Cascavel, a família Pompeo do Reis guarda um verdadeiro tesouro, representado nas páginas amareladas pelo tempo, é o livro caixa do Armazém de Secos e Molhados, que pertenceu ao pai de dona Nadir, Horácio Ribeiro dos Reis.


Horácio também abriu o primeiro hotel da vila, que pertencia a Foz do Iguaçu, o hotel Pompeo Reis. O homem que dá o nome a um colégio estadual da Vila União é muito mais do que o pai de uma quase centenária cascavelense de coração.


A Nadir nasceu em Catanduvas, que em 1933 pertencia a Laranjeiras do Sul. Quatro anos mais tarde, se mudou com a família para Cascavel, uma comunidade também conhecida como encruzilhada, por causa da linha do telégrafo, o meio de comunicação mais rápido da época. Ela pouco se lembra da chegada na futura capital do Oeste, pois tinha apenas quatro anos, mas cresceu vendo a transformação do local.


Pelas páginas do livro caixa, é possível ver ilustres clientes do senhor Horácio Ribeiro dos Reis. Francisco Bartnik é um deles, hoje é nome de rua, que começa do bairro Alto Alegre, atravessa o Coqueiral e termina no Parque Verde. Pensão do Silvério, que era subprefeito do distrito de Cascavel. José Silvério de Oliveira, que dá nome ao atual prédio da prefeitura, inaugurado nos anos 90. Anibal Lopes da Silva, é nome da escola municipal do bairro Floresta. Ele era sócio de Horácio dos Reis no armazém.


No livro dá para ver que os clientes compravam sal, sapatos, banha e pregos. E, segundo dona Nadir, tinha até remédios, já que na vila sequer havia uma farmácia. Ela não lembra exatamente onde era a loja, mas sabe que era no patrimônio novo, que começava a partir da antiga Capela de Nossa Senhora de Aparecida, igreja de madeira construída onde hoje é a Paróquia Santo Antônio.


Com a emancipação de Cascavel no ano de 1952, o Estado cedeu ao novo município a área que hoje é o centro da cidade. E a capela foi transferida para onde está um dos cartões postais mais famosos de Cascavel, a Catedral Metropolitana.


Com pouco mais de 500 habitantes, nos anos 40, Cascavel não tinha comércio forte como tem hoje. Emprego e dinheiro eram escassos, por isso, alguns produtos eram vendidos na base do velho escambo, ou seja, na troca de mercadorias.


Muitos livros de história trazem a denominação antiga de Cascavel, como Encruzilhadas dos Gomes, em referência ao encontro de duas estradas, nas proximidades de uma propriedade da família Gomes. Isso fica por conta dos livros, historiadores contestam isso. Essa encruzilhada, muita gente pensa que é o cruzamento da Avenida Brasil com a Avenida Tancredo Neves, a antiga Avenida Foz do Iguaçu. Mas, na verdade, pesquisas mais recentes apontam que a centenária Cascavel tinha como encruzilhada a Avenida Brasil com a Rua Osvaldo Cruz.


Telégrafo foi um equipamento de comunicação inventado em 1837 por Samuel Morse, que utilizava corrente elétrica para enviar pulsos, que continham uma mensagem codificada em pontos ou linhas. É muita história, é muita gente importante que não cabe em uma só reportagem, até porque, Horácio Ribeiro dos Reis não foi apenas dono de loja de comércio ou do primeiro hotel, foi um dos fundadores e jogadores do Tuiuti Esporte Clube, entidade que nasceu antes do município de Cascavel, em 1949.


E foi no Tuiuti, que tinha sede onde hoje estão os grandes edifícios, entre a rua Paraná e Mato Grosso, que surgiu a ideia de emancipar Cascavel, antes que o distrito fosse incorporado a vizinha cidade de Toledo.


O município de Cascavel, chegou em novembro do ano passado aos 72 anos de emancipação, porém os registros mostram que o território com nome de Cascavel chega em 2024 ao centenário.





Fonte: JC


Publicada em 21/11/2024